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Esta população, com algumas restrições em termos de mobilidade pessoal, nem sempre tem acesso fácil aos espaços urbanos e aos componentes do sistema de transportes. Se até agora o quantitativo desta população poderia ser considerado equilibrado com o da população mais jovem, está agora a crescer por toda a Europa, com o número de pessoas com mais de 65 anos a exceder o número de pessoas com menos de 18 anos em muitos países. A pirâmide demográfica na Europa mostra a distribuição dos 503 milhões de homens e mulheres na União Europeia (com base nos países da UE27 em 2012) como uma “pirâmide constritiva”, típica de sociedades com baixas taxas de fertilidade e mortalidade e com populações relativamente mais idosas.

Os centros urbanos concentram boa parte da população envelhecida nas cidades, que também habitam os edifícios mais antigos. Por definição e na maioria dessas cidades, essas áreas também são áreas onde monumentos históricos e outros fatores de atração turística estão localizados. O turismo sénior também é uma consequência do envelhecimento geral da população e tem vindo a aumentar. Esse panorama faz com que os centros urbanos, especialmente os históricos, sejam locais onde se concentra um número maior de idosos, residentes e visitantes, em comparação a outras zonas da cidade. Foi observado que nem o espaço público urbano nem o sistema de transporte são adequados, com condições ótimas, às necessidades de mobilidade desses grupos. Desta forma, este projeto exploratório concentra-se:

• Primeiro, na revisão bibliográfica sobre a adequação do espaço urbano ao nível da concepção e infra-estruturas urbanas, no que diz respeito aos percursos e aos acessos pedestres e de bicicletas, tanto aos edifícios como aos pontos de acesso do sistema de transportes;
• Por outro lado, a literatura sobre mobilidade e acessibilidade dos idosos no sistema de transporte também será revista.

Usando algumas informações desta revisão, dois estudos de caso (áreas selecionadas de zonas de reabilitação urbana – centros históricos) serão estudados:

• Um em Coimbra;
• Um no Porto.

Estes dois estudos de caso serão estudados em relação a:

• Características da população idosa residente;
• Áreas de residência;
• Características do espaço público incluindo atrações turísticas.

Esses estudos têm o objetivo de identificar necessidades e falhas. Esses processos vão além do trabalho documental e também terão o objetivo de criar inovação social, realizando sessões participativas e dinâmicas de colaboração com essa população, avaliando mais precisamente quais são suas necessidades e aspirações. Uma metodologia para o diagnóstico e classificação de espaços históricos centrais, particularmente aqueles que são alvo de operações de reabilitação urbana, será desenvolvida a partir da revisão bibliográfica e do trabalho de avaliação dos estudos de caso, quanto à sua adequação em termos de mobilidade dentro das zonas consideradas, e entre essas zonas e outras zonas da cidade, para a população envelhecida, seja residente ou visitante. Esta metodologia deve informar o futuro desenvolvimento de plataformas de informação interativas, voltadas para utilizadores finais do espaço, não apenas para os visitantes, mas também para os residentes, o que lhes permitirá encontrar soluções para suas necessidades de deslocação com maior facilidade.